Desde que vi o anúncio de lançamento dos Phablets (tablets que telefonam ou telefones do tamanho de tablets, a gosto do freguês), fiquei muito curioso para saber como era a experiência de uso deles no dia a dia, e depois de esperar um tempo para colocar um desses no bolso, posso agora contar como foram os primeiros 30 dias de uso.
Você pode se assustar com a expressão “colocar no bolso”, mas esta foi a minha primeira surpresa quando coloquei as mãos no primeiro phablet que vi: cabe no bolso de trás da calça. Tudo bem que não é assim tão natural quanto colocar o telefone no bolso da frente, mas vamos lembrar que há alguns anos, lugar de telefone era na cintura, ok ?
O phablet que estou usando é um dispositivo de 7 polegadas, e confesso que depois que comecei a usá-lo, sinto um pouco de claustrofobia cada vez que preciso ler algum texto maior, navegar na Internet ou responder e-mails no meu smartphone velho de guerra.
O que me deixou com vontade de fazer esta experiência foram diversos reviews que li destes dispositivos feitos por pessoas de outros países, e o veredito era unânime: se você usa mais um tablet do que um telefone, este pode ser o dispositivo ideal pra você. É bem o meu caso, e a recomendação não podia ser mais precisa.
Antes que alguém pense que ando por aí com um treco desses na orelha para falar ao telefone (o que apesar de estranho, não é tão desconfortável assim quanto parece), resolvi o problema com a utilização de um fone bluetooth, portanto o fator “fica feio pra usar como telefone” deixou de existir rapidinho. Apesar de não usar tanto assim o telefone no meu dia a dia, durante estes 30 dias iniciais de testes, encarei alguns dias de uso intenso do telefone sem maiores problemas de ergonomia ou duração de bateria. Duração de bateria aliás, merece um parágrafo à parte.
A durabilidade da bateria do phablet é impressionante quando comparada a de um smartphone comum. Meu critério para avaliação de bateria sempre foi o bom e velho “dura um dia inteiro”, ou seja, do momento em que saio da cama de manhã até o momento em que volto pra cama à noite, a bateria precisa estar lá, firme e forte. O phablet passou com louvores por este critério, mesmo naqueles dias em que uso além da média o dispositivo para ler, navegar na Internet e tratar meus e-mails. Antes que alguém comente aqui os truques usados por todo mundo, como desativar 3G, sincronismo de contas e mais um monte de outras peripécias feitas para a bateria durar mais, usei o phablet com tudo ativado, sincronizando duas contas de e-mail bastante movimentadas, quatro calendários de compromissos e apps de redes sociais (Twitter e Facebook) atualizando automaticamente. Para ver a bateria descarregar, o jeito foi deixar o phablet durante um final de semana todo sem ver o carregador, aí vi ele “pedir água” no final da tarde de domingo (a última carga tinha sido na noite de quinta para sexta).
Já tive tablets de diversos tamanhos, mas tenho uma preferência pessoal pelos dispositivos de 7 polegadas, pois eles cabem no bolso e proporcionam uma tela que para mim é perfeita para a utilização no dia a a dia. Acho que eles tem o balanço de tamanho ideal entre “cabe em qualquer lugar” e “não é fácil de esquecer por aí” como costumeiramente acontece com smartphones (quem nunca esqueceu o seu smartphone em cima de não sei onde, que atire a primeira pedra !).
A performance do dispositivo pra mim é excelente, e atendeu a tudo o que quis fazer durante este período, incluindo alguns “casual games” porque ninguém é de ferro. Não testei jogos mais pesados porque acredito que lugar de jogo sério é no sofá da sala :D
Fiz de tudo um pouco com meu dispositivo. Li e editei diversos documentos, tratei meus e-mails diariamente, gerenciei agendas, usei apps para redes sociais, usei para testar e demonstrar diversos apps que desenvolvi e acredite, usei até para telefonar bem mais do que pensava durante este período.
Se você é do tipo de pessoa que não deixa o smartphone no bolso o dia todo, vai sentir menos ainda a transição para este tipo de dispositivo. E eu garanto: ter um tablet à mão sempre que precisa durante o dia (e à noite) é daquelas coisas na vida que não tem preço.
Em resumo: confesso que comecei a usar este dispositivo com um grau de ceticismo mais alto do que o normal, mas me surpreendi bastante com a naturalidade com que me acostumei a ele e, sendo sincero, não quero voltar para um smartphone tão cedo. Se você está na dúvida em usar ou não um carinha desses, vai por mim - vale a pena !